Trompete de jazz contemporâneo Ibrahim Maalouf vai a Olinda e Ouro Preto

04:04 Oséias Pereira 0 Comentarios


Por Deborah Dumar


Destacado nome do trompete de jazz contemporâneo, o artista faz um som bem original. Nascido no Líbano e criado na França, mistura tudo que ouviu e aprendeu de maneira harmoniosa, promovendo a fusão da música árabe tradicional e da música clássica ao rock, electro, pop, soul, canções francesas e world music. O resultado é surpreendente.
Depois de ter divulgado em turnê pela Europa e Oriente Médio o álbum mais recente de carreira, o acústico Wind (2012), prepara um trabalho mais elétrico, que mostrará ao público do MIMO, em concertos ao ar livre em Ouro Preto (29 de agosto) e Olinda (5 de setembro).
Ibrahim se apresentará ao lado de Frank Woeste (teclados), François Delporte (guitarra), Xavier Rogé (bateria), Laurent David (baixo) e traz para o palco uma seção formada por três instrumentistas - Youenn Le Cam, Yann Martin and Martin Saccardy - que aprenderam com ele a tocar o trompete de quarto de tom, que seu pai inventou na década de 1960. Trata-se, definitivamente, de uma inovação no panorama musical da atualidade.
Compositor, seu repertório é muito variado e fortemente inspirado por Oum Kalsoum e Fairuz, pelos eruditos Mahler e Mozart e pelos mestres do jazz Miles Davis e Dizzy Gillespie. Requisitado por diferentes artistas, como Sting, Amadou & Miriam, Arthur H, Mathieu Chedid e Vincent Delerme, assina a trilha sonora do novo longa-metragem de Kim Chapiron (diretor deDog pound).
Com forte presença cênica, tem empatia com o público. Sua música é paradoxalmente calorosa e dinâmica, ao mesmo tempo em que reúne elementos mais introspectivos, fortemente ligados à sua origem.

Em 2007, Ibrahim Maalouf lançou o primeiro disco de estúdio, Diásporas, através de seu próprio selo Mi'ster, a que se seguiram Diachronism (2009) e Diagnostic. Este último, que saiu em outubro de 2011, vendeu de cara 35 mil exemplares, transformando-o no artista francês mais bem-sucedido no mercado fonográfico naquele ano e rendeu-lhe um título da Unesco, pelo diálogo entre o mundo árabe e o Ocidente.
Esforço e êxito - Seu sucesso se deve muito à criatividade, mas também a seu empenho e criação. Filho de uma pianista e de um trompetista famoso, Nassim Maalouf, nasceu em Beirute (1980) e fugiu com a família da guerra civil em seu país para morar em um subúrbio de Paris. Ainda menino, começou a estudar trompete e música árabe clássica em casa. O pai lhe ensinava tudo, de música clássica à contemporânea e ele o acompanhava pela Europa e Oriente Médio, tocando Vivaldi, Purcell e Albinoni.
Aos 15 anos, chamou a atenção de profissionais ao interpretar o Concerto de Brandenburgo n.2, de Bach, tida como a peça mais difícil do repertório clássico do trompete. Encorajado por Maurice Andrés, decidiu abandonar os estudos científicos para se dedicar à carreira.
Mergulhou de cabeça, diplomou-se no Conservatório de Paris, inscreveu-se em concursos nacionais e internacionais, faturando 15 prêmios entre 1999 e 2003. Em Juan-les-Pins, conquistou o Victoires du Jazz como revelação instrumental, em 2010.

Fonte: Mimo

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