Kenny Dorham (n. 1942-1972)
> trompeteTrompetista pouco conhecido, apesar de seu grande talento e influência, Kenny era basicamente um musician´s musician (músico de músicos), motivo pelo qual não lhe faltaram convites de músicos de renome. Dizzy Gillespie, Billy Eckstine, Art Blakey, Bud Powell, Max Roach, Thelonious Monk, Charlie Parker e John Coltrane são alguns dos pesos pesados com quem tocou. No entanto, sua carreira começou nas bandas do swing antes de entrar para a cena bebop. Seu estilo mais complexo, porém, foi em grande parte ofuscado por talentos mais evidentes e resplandecentes como os de Miles Davis, Fats Navarro, Dizzy Gillespie e Clifford Brown, a quem substituiu no quinteto de Max Roach após sua morte.
Nascido em 1924 no Texas, Dorham começou a tocar piano aos sete anos e passou para o trompete na adolescência. Em 1942 foi recrutado pelo exército, onde tocava e participava da delegação de boxe. Ao sair do exército parte para Nova Iorque, onde toca com os figurões antes de ser convidado por Charlie Parker para substituir Miles Davis. Aceita e toca com ele por alguns anos.
Forma junto com o baterista Art Blakey e pianista Horace Silver o Jazz Messengers. Não fica muito tempo no lendário conjunto e sai para formar o seu Jazz Prophets que, assim como os Messengers, ajuda a lançar novos músicos como Joe Henderson, Kenny Burrell, Herbie Hancock e Tony Williams (os dois últimos tocaram com Dorham antes de tocar com Davis).
Dorham esteve no Brasil no início dos anos 60 e bebeu na fonte da bossa nova. Essa viagem o inspirou a compor temas como “São Paulo” e “Blue Bossa”. Continuou a se apresentar e a participar de gravações. Gravou ao lado de Joe Henderson, Eric Dolphy e Jackie McLean antes de sua morte, em 1972, causada por problemas renais que já o atormentavam por algum tempo.
Fernando Jardim